segunda-feira, março 07, 2016

Reflexão sobre disciplina... Uma vertente apenas...

Fonte: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/g201504/disciplinar-filhos/

Em décadas recentes, a vida familiar nos países ocidentais mudou bastante. Antes, os pais estavam no comando, e os filhos seguiam sua liderança. Agora, em algumas famílias, parece que os papéis se inverteram. Por exemplo, considere as seguintes situações, todas baseadas em cenas comuns.
  • Numa loja, um menino de 4 anos se estica para pegar um brinquedo. A mãe tenta fazê-lo mudar de ideia. “Você já não tem muitos brinquedos?” Ela percebe tarde demais que não deveria ter falado em forma de pergunta. “Mas eu quero!”, diz o menino, choramingando. Temendo uma birra — tática comum do menino —, a mãe cede.
  • Uma menina de 5 anos interrompe o pai, que está conversando com outro adulto. “Aqui está muito chato”, diz ela em voz alta. “Quero ir para casa!” O pai imediatamente para sua conversa, abaixa-se e pede à filha: “Só mais uns minutinhos, meu amor — pode ser?”
  • Mais uma vez, reclamaram que James, de 12 anos, gritou com a professora. O pai dele fica irritado — não com o filho, mas com a professora. “Ela está sempre implicando com você”, diz ele a James. “Vou reclamar com o diretor da escola!”
Essas situações são fictícias, mas cenas assim realmente acontecem. Elas são exemplos de um problema que existe em famílias em que os pais toleram atitudes grosseiras dos filhos, cedem às suas exigências e os “salvam” das consequências de seu mau comportamento. “É cada vez mais comum ver pais entregando sua autoridade aos filhos”, diz o livro The Narcissism Epidemic(A Epidemia do Narcisismo). “Pouco tempo atrás, as crianças sabiam quem era o chefe — e não eram elas.”
 É claro que muitos pais se esforçam para ensinar valores morais a seus filhos, dando a eles um bom exemplo e, quando necessário, correção firme, mas amorosa. No entanto, como diz o livro já mencionado, esses pais estão “nadando contra a corrente da sociedade”.
Como as coisas chegaram a esse ponto? O que aconteceu com a disciplina?

A autoridade dos pais enfraquece

Alguns dizem que a autoridade dos pais começou a enfraquecer nos anos 60, quando especialistas incentivavam os pais a serem mais tolerantes com seus filhos. Eles diziam: “Seja um amigo, não uma figura de autoridade.” “Elogio é melhor que disciplina.” “Fique atento não ao que seus filhos fazem de errado para corrigi-los, mas ao que eles fazem de bom.” Em vez de buscar um equilíbrio entre elogio e correção, especialistas davam a impressão de que corrigir os filhos machucaria suas frágeis emoções e faria com que ficassem ressentidos com os pais no futuro.
Não demorou muito e especialistas começaram a fazer propaganda da importância da autoestima. Era como se, de repente, tivessem descoberto o segredo para a boa criação de filhos: fazer seus filhos se sentirem bem consigo mesmos. É claro que é importante ajudar os filhos a se sentirem confiantes. Mas o Movimento da Autoestima levou as coisas ao extremo. Especialistas diziam aos pais: “Evitem usar palavras negativas como ‘não’ e ‘errado’.” “Sempre digam a seus filhos que eles são especiais e que vão conseguir ser o que quiserem.” Sentir-se bem parecia mais importante do que ser bom.
Pais tratam o filho como rei
O Movimento da Autoestima tem feito apenas com que os filhos se sintam cheios de direitos
Atualmente, alguns afirmam que o Movimento da Autoestima tem feito apenas com que os filhos se sintam cheios de direitos, como se o mundo devesse algo a eles. Por isso, muitos jovens estão “mal preparados para as críticas inevitáveis e os fracassos ocasionais que fazem parte da vida real”, diz o livro Geração Eu (em inglês). Um pai mencionado no livro resumiu o assunto desta forma: “Não existe nenhum Movimento da Autoestima no mundo do trabalho. . . . Se você entregar um relatório malfeito no escritório, seu chefe não vai dizer: ‘Ei, gostei da cor do papel que você escolheu.’ Se prepararmos os jovens para a vida dessa forma, vamos prejudicá-los.”